Abril 14, 2025
A nossa última viagem pelos países produtores de café leva-nos ao Uganda. Situado no leste de África, o Uganda não tem litoral e está rodeado por vários outros países produtores de café, incluindo o Quénia, o Ruanda e a Tanzânia. Tal como muitas outras origens de café, o Uganda está localizado ao longo do Equador, tem um clima tropical e contém uma infinidade de paisagens que o tornam um local ideal para cultivar café. Com dois tipos diferentes de café cultivados no Uganda, o Robusta e o Arábica, o café é cultivado em cinco regiões do país, a 900 a 2.300 metros acima do nível do mar.
Uma das coisas que faz com que o Uganda se destaque de outros países produtores de café é o facto de o café Robusta ser uma planta nativa. O café robusta já crescia selvagem nas florestas tropicais do Uganda quando o café se tornou o foco da agricultura comercial em todo o mundo. Assim, o país iniciou o seu percurso no cultivo do café sem intervenção externa. Embora o Robusta seja nativo do Uganda, o Arábica chegou ao país através de colonos estrangeiros no início de 1900 e começou a ser cultivado juntamente com o café Robusta selvagem.
A presença de cafeeiros selvagens até hoje é extremamente rara. Na maioria dos outros países produtores de café, o café deve ser plantado e cultivado com cuidado, enquanto as florestas tropicais do Uganda são misturadas com plantas selvagens de Robusta e outras culturas alimentares. Este modelo agroflorestal natural permite que as plantas prosperem e que os cafeeiros produzam duas vezes por ano, duplicando a oportunidade de os agricultores ganharem dinheiro.
Embora a paisagem promova plantas bem-sucedidas, também apresenta o desafio logístico de levar café para exportação. Por ser um país sem litoral, o café do Uganda tem de percorrer distâncias maiores para chegar ao porto, o que pode diminuir a qualidade do café. Nos últimos anos, têm sido feitos esforços para remediar isto, e tanto a qualidade como a quantidade do café produzido melhoraram. Quando se trata dos sabores do Robusta do Uganda, os nossos especialistas em sabores descobrem que estes cafés têm uma baixa acidez e um toque de nozes que os tornam ideais para completar misturas. O Arábica do Uganda, por outro lado, tem notas de chocolate e vinho.
