Março 25, 2025
Localizada na Oceânia e fazendo fronteira com a Indonésia, a nação insular da Papua Nova Guiné é a nossa próxima paragem na nossa excursão pelos países produtores de café do mundo. A Papua Nova Guiné, ou PNG, é a terceira maior nação insular do mundo e é altamente propícia ao cultivo do café. Das 22 províncias da PNG, o café é cultivado em 18, estando a maior parte da produção localizada na Província das Terras Altas Orientais, na Província das Terras Altas Ocidentais e em Simbu.
Embora a Indonésia e a Papua Nova Guiné partilhem uma fronteira na ilha da Nova Guiné, o café produzido em cada país é diferente. Esta distinção advém da forma como o café é processado: descascado húmido na Indonésia e processado húmido na Papua Nova Guiné. Embora estes métodos de processamento pareçam iguais, são fundamentalmente diferentes: o descascamento húmido resulta em cafés com menor acidez e maior corpo, e o processamento húmido (também conhecido como café lavado) resulta em maior acidez e doçura.
O café foi introduzido pela primeira vez na Papua Nova Guiné em 1890, quando a variedade Jamaica Blue Mountain foi plantada. Embora o café tenha chegado à PNG em 1890, só na década de 1920 é que a produção comercial começou verdadeiramente. Com o passar das décadas, a indústria do café na PNG beneficiou de fatores internos e externos. Na década de 1960, uma maior infraestrutura rodoviária permitiu aos produtores de café transportar o seu café das suas fazendas para os portos com muito mais facilidade e, na década de 1970, anos de baixa produção no Brasil criaram uma maior procura de café vindo de outros países, como a PNG. A produção de café atingiu o pico na década de 1990, mas desde então caiu do pico de produção anual de 1,18 milhões de sacas. Mesmo com um declínio em relação ao pico de produção dos anos 90, o café é ainda a segunda maior exportação agrícola proveniente da PNG e sustenta mais de 2,5 milhões de pessoas.
Embora a produção de café tenha começado num modelo de plantação, a dinâmica de mudança na PNG transferiu o cultivo para os pequenos agricultores, com os pequenos produtores a produzirem 89% do café do país. Estes agricultores cultivam geralmente café em “jardins de café” juntamente com culturas de subsistência e podem ter apenas 6 pés de café por lote. Hoje, o foco está em trabalhar com pequenos produtores de café para aumentar a sustentabilidade das suas explorações, proteger a biodiversidade, conservar os ambientes naturais e garantir a longevidade da cultura do café como indústria na PNG.
No mercado global do café, o café da Papua Nova Guiné é reconhecido como um café de alta qualidade, com muitos lotes de café classificados na categoria de café de especialidade (pontuação na chávena de 80+). Com isto em mente, houve um movimento na Papua Nova Guiné para tentar estabelecer relações comerciais diretas com os compradores, garantindo preços mais elevados para o café de especialidade.
Os nossos especialistas em sabores da Westrock Coffee Company consideram o café da Papua Nova Guiné suave e frequentemente com notas de nozes, fruta e chocolate.
